quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Roubei. Mas foi sem querer.

  Eu e minhas enrascadas... Estava anoitecendo,  por volta das 18h, eu havia buscado as crianças na escola, estava no cruzamento aguardo o sinal fechar e, de repente...
  -Mãe, você viu?
  - Não. O que?
  - O cara roubou a menina do outro lado da rua.
  Nesse momento nós já estávamos atravessando a rua. Chegando na calçada...
  - Mãe, a menina que foi assaltada é nossa vizinha, olha!
  E era mesmo. Fui falar com ela, amparar. Tudo muito rápido, muito mesmo. Tão rápido que eu nem vi o assalto. E eis que passa uma viatura da polícia e meu filho parou a viatura e foi falar com o policial. Quando me dei conta, adivinha... Lá estava eu, dentro de uma viatura da polícia, com 2 crianças e uma adolescente. Meu  filho olhava atentamente pela janela. Ele queria muito reconhecer o sujeito e ajudar a nossa vizinha a recuperar seu celular. E eu? Eu só rezava pra que isso tudo acabasse logo. Estava muito tensa, apesar de toda tranquilidade e profissionalismo que os dois policiais nos passavam, ainda assim,  eu era a adulta responsável, que estava ali tentando zelar pela integridade das crianças. Pelo menos era assim que eu me sentia...
  Claro que não achamos o sujeito. Naquele horário o trânsito não anda. O cara já havia se mandado dali. Já tínhamos desistido quando tocou o rádio da polícia avisando sobre um assalto complicado no outro canto da cidade. Eles nos deixaram na porta de casa e foram atender ao chamado.
  Saindo do carro, eu tirava as crianças e minha vizinha (os 3 estavam de uniforme) e suas respectivas mochilas. Entramos no prédio. Subimos as escadas e quando eu cheguei na porta da minha casa, entreguei a "mochila da minha vizinha ".
  -Mas eu não estava de mochila.
  -Claro que estava. Tá aqui olha.
  - Mas essa mochila não é minha.
  Nesse momento eu gelei. "Pronto,  roubei a mochila de alguém " - pensava enquanto tomava coragem para abrir a tal mochila. Abri. Todo o material de trabalho que um policial precisa, estava dentro daquela bendita mochila. Pensei - "Cara, na boa... F%*@#!!!! Eu acabei de roubar a mochila do policial. Como é que o cara vai fazer agora pra trabalhar... Vou na delegacia devolver. Isso.... Calma aí. Como é que eu vou andar com isso pela rua. E se eu for assaltada e o ladrão achar que eu sou polícia. Também não posso ficar com isso dentro de casa. Pronto... Das duas, uma. Ou eu vou ser presa ou eu vou morrer."  -  Entrei em pânico. Logo eu, a tal adulta responsável pelas crianças, tinha aprontado. "E agora? O que eu faço? "
  Liguei pra o 190.
  - Alô!  Olha só, eu acabei de roubar a mochila de um policial mas eu juro, foi sem querer.
  - Como senhora? Roubou o que?
  - Senhora não. Por favor. Não foi bem um roubo. Peguei por engano. Vou tentar te explicar.
  Saí de casa. Com aquela mochila nas costas, morrendo de medo e conversando com a atendente do 190 pelo celular. Pra minha sorte, ela entendeu a situação é ficou na linha comigo até eu chegar na delegacia. Entreguei a mochila e tive que explicar tudo de novo. Eles entraram em contato com a viatura e ficou tudo certo. Eu super nervosa e o pessoal da delegacia morrendo de rir.
  Voltei pra casa um pouco mais aliviada. Meus filhos davam gargalhadas pela rua dizendo - "Mamãe roubou a mochila do policial! " Que situação!  Essa história rendeu semanas e rende até hoje.
  Cara, na boa... É cada uma que me acontece...

2 comentários: