segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ops! Acho que trolei a mamãe...

  O dia tinha tudo pra ser normal. Era uma terça-feira e estávamos de férias. Sem aquela correria do almoço, da escola.... Um dia tranquilo. Acordei umas 9h, liguei a cafeteira mas resolvi voltar p cama e curtir uma preguiça. Apaguei.
  Acordei com uma surpresa: Meus filhos me trazendo café na cama. Fiquei toda feliz, aquele sentimentalismo que só as mães entendem. Nada poderia estragar aquele momento até que tomei um gole do café e eles tinham posto sal ao invés de açúcar. Muito sal. Muito sal mesmo..... Tentando disfarçar a careta e com lágrimas nos olhos, eu disse:
  - Obrigada meus amores, tá uma delícia. Disse isso rezando pra que eles se sentissem com o dever cumprido e saíssem do meu quarto pra que eu pudesse então fazer careta, chorar, jogar o café fora e dizer que "mamãe tomou tudo, tá ". Deu certo.
  Depois do almoço eu tinha algumas coisas pra fazer na rua e pedi então pra que eles fossem tomar banho pra sair. Minha vizinha tocou a campainha e eu atendi. Conversávamos no meu quarto e um deles entrou, se posicionou na frente da minha vizinha e tentou falar comigo.
   -Mamãe, eu....
  - Meu filho!  O que você está fazendo aqui assim... Pelado?!?!
  - Estou indo tomar banho. Mas eu não estou pelado. Olha. Estou semi nu. Estou de meias.
  Realmente ele estava de meias. E somente MEIAS. Ok. É criança, né.
  Finalmente saímos. Na volta pra casa lembrei que precisava ir à farmácia. Entrei na primeira que vi. Uma farmácia bem grande e tinha bastante gente lá dentro. Peguei tudo que precisava, avisei que estava indo pro caixa. Um olho na fila e outro neles que estavam do outro lado da farmácia. De repente, ouço aquela vozinha gritando:
  -Mamãe, o que é isso?  Compra pra mim?
  Ele gritava e sacudia a embalagem de preservativos o mais alto que ele podia. O que você faria nesse momento? Bem, minha primeira reação foi fechar os olhos, levar a mão a testa, respirar bem fundo e balançar a cabeça negativamente. Passado esse primeiro impulso, sem saber ainda o que responder, eu abri os olhos. Percebi que todos na farmácia me olhavam, segurando o riso e aguardando minha resposta enquanto ele vinha em minha direção, segurando e sacudindo aquele pacote de preservativos.
  - Compra pra mim, mãe?
  -Isso aí não, meu filho. Guarda lá onde você achou.
  -Mas o que é isso?
 - Isso aí é coisa pra menino grande. Ainda não é pra você.
  -Quando eu for grande, mamãe, eu quero esse de morango, tá?
  É... A esperança que eu tinha de que as pessoas não estavam realmente observando a situação acabou. A farmácia inteira dava risadas. Cara, na boa,  eu só queria um buraco pra me esconder. Maldita indústria de preservativos e suas embalagens mega coloridas com desenhos de morangos e chocolatinhos....
  Fui pra casa morrendo de medo do que ainda poderia me acontecer nas próximas horas do dia. Ainda bem que já estava anoitecendo.
  Daí pra frente foi tudo normal. Antes de dormir eu até escorreguei ao pisar em um carrinho e torci meu tornozelo como de costume.... Normal.

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